Elena Ferrante: Livros para ler: Um Amor Incômodo. Hoje eu trago uma sugestão de mais um livro de Elena Ferrante. Com o fim da tetralogia napolitana “A Amiga Genial” me tornei fã de carteirinha da autora. Li também da autora “A Filha Perdida” que conta a história de Leda. Uma mulher de 48 anos, que abandona o marido e as filhas, que vão morar no Canadá, para viver sozinha e tentar resolver os conflitos com seus próprios demônios. Aliviada, e ao mesmo tempo atormentada, pela solidão, decide ir ao litoral italiano para buscar paz e se distanciar o quanto for possível do ambiente acadêmico. Leda é professora de literatura inglesa em uma universidade.
“As coisas mais difíceis de falar são as que nós mesmos não conseguimos entender”.
Leda em “A Filha Perdida”
“Um Amor Incômodo” é o primeiro livro publicado por Elena Ferrante, em 1999. Assim como a tetralogia, a história também se passa em Nápoles e narra a relação complicada de uma filha com sua mãe.
Sinopse:
Aos quarenta e cinco anos, Delia retorna a sua cidade natal, Nápoles, na Itália, para enterrar a mãe, Amalia, encontrada morta numa praia em circunstâncias suspeitas. A humilde costureira, que se acostumou a esconder a beleza com peças simples e sem graça, usava nada além de um sutiã caro no momento da morte.
Revelações perturbadoras a respeito dos últimos dias de Amalia impelem Delia a descobrir a verdade por trás do trágico acontecimento. Avançando pelas ruas caóticas e sufocantes de sua infância, a filha vai confrontar os três homens que figuraram de forma proeminente no passado de sua mãe. O irmão irascível de Amalia, conhecido por lançar insultos indistintamente a conhecidos e estranhos; o ex-marido, pai de Delia, um pintor medíocre que não se importava em desrespeitar a esposa em público; e Caserta, uma figura sombria e lasciva, cujo casamento nunca o impediu de cortejar outras mulheres.
Na mistura desorientadora de fantasia e realidade suscitada pelas emoções que vêm à tona dessa investigação, Delia se vê obrigada a reviver um passado cuja crueza ganha contornos vívidos na prosa elegante de Elena Ferrante.
Como na Tetralogia Napolitana, ou em A Filha Perdida, Ferrante cria um jogo de opostos. Ora é Amalia que se coloca à frente da filha como uma criatura autoritária e superior, ora é Delia que subjuga a mãe. Ao longo do livro, sujeitos escusos contribuem para esse ambiente tão insólito: o tio Filippo, que julga a irmã morta; Caserta, amigo da família e amante de Amalia; ou o pai de Delia, um homem à sombra da esposa.
Minha opinião sobre o livro:
Gostei da história que Ferrante conta, porem fiquei incomodada (essa é a palavra mesmo) com a personagem de Delia. Porque nada foi muito revelado sobre a protagonista e sim sobre a sua mãe. Achei a personagem um pouco confusa. A violência de seu pai e a falta de informacão de suas duas irmãs me passaram a sensação de que não havia conexão de Delia com ninguém. Nem de sua mãe com os outros membros da família. O universo de sua mãe foi apenas com o amante, o marido e o irmão. Parece que as filhas foram deixadas de lado e, no final, uma dúvida: quem mentiu pra quem? A mãe mentia ou dizia a verdade? E a filha confundiu o que se passou com ela e projetou na mãe? E os três homens da história só se revelaram como violentos? Fiquei com estes questionamentos, porém a leitura em si pra mim valeu à pena porque a narrativa de Ferrante é envolvente e me prendeu para saber o desfecho da história.
Ficha Técnica:
Um amor incômodo
Autora: Elena Ferrante
Tradutor: Marcello Lin
Editora: Intrínseca
Ano de publicação: 1992
Ano desta edição: 2017
176 páginas
Fica a sugestão do Amor Incômodo. Não é um livro dificil de ler, a história é que pode não agradar a todas. Ficou com vontade de ler? Veja mais sobre o livro neste link da Editora Intrínseca. Também deixo aqui o post 3 Livros Para Ler e Se Sentir Na Itália para você conhecer minha sugestão.
Beijos!