A musa da semana sou eu

Quando lancei o 50 em Diante no dia 01 de setembro sabia que as quintas-feiras seriam especiais. Porque quinta é dia de Musa da Semana. Aqui passaram 16 musas (mulheres 50+), desde o lançamento do blog e muita gente me perguntou: e quando tu serás a musa da semana?

Relutei a cair na real de que eu teria que participar também. Acompanhei o processo de todos os ensaios com cada uma das musas. Foi divertido. Rimos bastante e nos emocionamos muito também. Foi bem legal descobrir histórias de cada uma delas que eu não conhecia. Me emocionei com muitos depoimentos. E hoje foi a minha vez de “musar”.

Luiza Gil e Thais Hagemann, minhas fotógrafas do blog da Agência Epohke , me incentivaram a fazer este ensaio. E tudo aconteceu muito rápido. Ao contrário de todas as musas, o tempo foi exíguo, porque estávamos em véspera de Natal e não dava para agendar um horário com a equipe do Gylson Collares, de última hora. Sem problemas, sou super habilidosa com as escovas, minhas amigas sabem disso, e então eu mesma arrumei meu cabelo e fiz minha maquiagem. Base, pó facial, blush, iluminador, lápis, rímel e batom. Nada que eu mesma não consiguisse resolver.

Quis que meu ensaio fosse ao ar livre e assim foi feito. As fotos foram clicadas no DMAE.

Apesar de ter uma pequena “biografia” no “sobre” na barra superior do blog, vou contar mais um pouco sobre mim.

Sou Janeisa Maria. Tenho duas irmãs, uma mais velha e uma mais moça e um irmão mais velho. Nasci e me criei em Porto Alegre e minha familia é muito pequena. Meus avós paternos vieram da Rússia na revolução de 1917 e meus avós maternos eram de Santa Maria. Fui criada em uma casa que ficava na Rua São Manoel, atrás do Hospital de Clínicas. Ali passei minha infância brincando na rua e subindo em árvores até tarde da noite.

Meu pai tinha uma Rural Willys e sempre teve espírito de grupo. Às sextas-feiras do verão, pegava toda a criançada da rua, colocava na camionete e nos levava para tomar banho de rio em Ipanema. Minha infância foi muito livre e alegre. Aos sábados, eu e minha irmã mais moça aproveitávamos o dia na piscina do Caixeiros Viajante. Meu pai tinha cavalos no Jockey Club e aos domingos íamos lá para assistir as corridas. E nós passávamos o dia inteiro subindo e descendo as escadas rolantes da sede social e atravessando o túnel dos carros para ir até a pracinha. Bons tempos aqueles.

No verão, passávamos dois meses na praia. Minha casa tinha um campo de vôlei e toda a praia jogava lá. Era a praia do Pinhal e de lá guardo amizades até hoje.

Estudei a vida toda no Colégio Americano e só saí de lá para a faculdade. Com 13 anos fui estudar inglês no ICBNA (Instituto Cultural Brasileiro Norte-Americano) e fiquei até me formar.

Minha adolescência foi como a de qualquer adolescente. Porém sempre tive muita liberdade. Tive festa de 15 anos no Caixeiros Viajante, namorei, fui em muitas reuniões dançantes e gravava as músicas que gostava da Rádio Continental em um gravador portátil.

Não sou boa em esportes. Nunca levei jeito para a coisa, mas sempre fiz exercícios físicos. Aos 12 anos ganhei uma raquete de tênis do meu irmão e ele tentou me dar aulas no Petrópole Tênis Clube. Porém, desistiu porque eu não me concentrava. Quando eu estava com 13 anos, abriu aqui em Porto Alegre, uma escola de dança moderna. Foi o maior sucesso e eu como sempre adorei uma novidade, é claro que fui dançar na Escola da Suzette Otto – a Daneche. Depois, enjoei da dança e fui para a academia do Professor Bruxo. Ffoi a primeira a abrir aqui na cidade. O Bruxo foi meu professor de Educação Física no colégio. De lá, passei por várias outras academias e desde então sempre me exercitei.

Terminado o colégio, fiz vestibular para Letras e entrei na PUCRS. Durante o curso comecei a trabalhar meio período para comprar meus luxos: rímel, perfumes, uma roupa, etc. Trabalhei 3 anos como secretária dos Padres Thadeu e Inácio na Igreja Nossa Senhora da Piedade. Não sei como eles me contrataram porque na entrevista eu disse que não iria nas missas e não fui mesmo. Neste 3 anos compareci apenas duas vezes. Acho que eles gostaram da minha sinceridade. Minha função era marcar missa, casamento, cobrar dízimo, atender as catequistas e tomar nota dos recados telefônicos. Gostava muito de trabalhar ali porque tinha liberdade. Até aula particular de inglês eu dava para ganhar uns trocados. Tempos muito bons. Depois me formei e fui lecionar no IPA.

Na faculdade conheci aquele que viria ser meu primeiro marido. Namoramos quatro anos e meio e aí casamos. Fomos morar no Rio. O casamento não deu certo e voltei para Porto Alegre.

Aí então segui a vida. Trabalhei, viajei e 3 anos depois conheci meu atual marido José Manuel, que é um português de Coimbra, e em 3 meses de namoro casamos. Casamento é uma loteria. Neste ano completamos 25 anos de casados. Casei em Portugal no civil e no religioso. Ambos éramos divorciados e não tinhamos casado na Igreja no primeiro casamento. Conheci meus convidados na festa do casamento e a única pessoa da minha família presente foi minha mãe. Há 25 anos, ninguém podia se dar ao luxo de passar um final de semana em Lisboa para assistir a um casamento. A cerimônia foi linda tanto na Igreja, uma pequena Capela em Carcavelos, na linha do Estoril quanto no “Copo D’Água” (como os portugueses chamam a festa do casamento). Assim que entramos no local da festa, o pianista começou a tocar “Garota de Ipanema”, caí em lágrimas de emoção.

Lá em Lisboa nasceu nosso filho, GustavoE e depois aqui em Porto Alegre nasceu nossa filha, Márcia. Moramos lá por 5 anos e voltamos para o Brasil porque meu marido veio transferido. Aqui fiz outra faculdade – Psicologia – também na PUCRS. Após formada abri uma escola para crianças e jovens com necessidades especiais que durou 3 anos. Infelizmente, tive que fechar porque não se vive de idealismo neste país.

Hoje passo meus dias de verão em Jurerê, Florianópolis, onde temos uma casa que adoro em um condomínio frente ao mar. E onde meus filhos foram criados. Adoro praia, adoro verão, adoro dias de sol.

Assim é minha história resumidamente. Também tenhos 3 gatos, a Mousse, uma Himalaia, de 10 anos, e o Bóris e o Thor, cada um com 2 anos e que são da raça Exótica, que amo de paixão. Agradeço por tudo que vivi e vivo porque todas as vivências ajudaram a me tornar a pessoa que sou hoje. Super otimista, de bem com a vida, determinada e muito alegre. Foi muito legal ter sido a musa da semana!