Minhas Dicas Sobre Paris
Sempre é bom saber algumas dicas sobre Paris, principalmente quem vai pela primeira vez. Paris é a capital da moda, é a cidade luz. É a metrópole francesa que é instituição quando o assunto é auto-costura e boutiques de luxo. Eu já tive o privilégio de ir três vezes à Paris.
Todas as vezes é uma nova descoberta, um novo olhar. Um jeito diferente de ver e muitas aprendizagens. A primeira vez que conheci Paris, eu era recém-casada. Fizemos todos os programas que jovens casais apaixonados fazem pela cidade. Já a segunda vez, fui com marido, meu filho – que na época tinha 14 anos, minha filha, que tinha 10 e minha irmã e seu marido. Foi um passeio maravilhoso porque viajar em família é sempre incrível. Nesta vez aproveitamos e também fomos à Euro Disney.
Nesta terceira vez foi com minha filha adolescente, que tem 17 anos.
É incrível o que uma experiência dessas propicia na relação mãe e filha. A cumplicidade se reforça, os laços se estreitam e a experiência se leva para o resto da vida. Esta não foi a primeira vez que viajamos só nós duas. Em 2012, fizemos juntas uma viagem para Nova York.
A cidade luz ilumina desde a chegada. Porque em cada esquina se vê uma arte, um monumento, uma escultura, uma história e muita moda.
Nesta terceira vez, ficamos no Hotel Astor Saint Honoré, um 4 estrelas, na Rue D’Astorg, 11 que é super bem localizado. Bem no centro histórico da cidade, pertíssimo da Igreja La Madeleine. Perto das ruas muito chiques como a Faubourg de Saint-Honoré e a Saint Honoré. Perto da Place de La Concorde com seu belíssimo obelisco de mais de 3.200 anos. Perto das Tulherias, do Louvre, da Rue Rivoli. Enfim…melhor…impossível.
Uma das minhas primeiras dicas sobre Paris é fazer um passeio a pé. Pelas ruas Royale, Cambon, Faubourg de Saint Honoré, passando pela Saint Honoré (é a mesma rua, muda de nome em determinado ponto), é muito gostoso. É o lugar mais icônico de alto luxo. Pra quem gosta de moda, é um prato cheio. Tudo o que rola nas semanas de moda de Nova York, Milão, Londres e Paris estão ali, à frente de nossos olhos.
Nas vitrines e no interior das lojas de grifes. Givenchy, Dior, Lanvin, Sonia Rykiel, Roger Vivier, Hermés, Moschino. Mais Gucci, Prada, Chanel. Sem contar que tem Goyard, Longchamp, Miu Miu, Michael Kors, Christian Louboutin. E Gianvito Rossi, Armani, Colette, Roberto Cavalli, Valentino, Ferragamo, Annick Goutal, etc, etc, etc. Aconselho a entrar em algumas delas, mesmo que você não vá comprar nada. É bom para educar os olhos.
Depois caminhe em direção a Champs Elyseés. Ela tem o seu charme por ser uma avenida muito larga, arborizada e com a imponência do Arco do Triunfo. A Champs Elysées tem alguns cafés e restaurantes e muitas lojas também. Muitas delas populares como a GAP, H&M, Mango, Zara, Abercromble. E também flagships da Louis Vuitton, Guerlain, Bulgari, Dior, Tiffany, e outras.
MARAIS
Se você estiver em um Domingo em Paris faça como os franceses fazem neste dia. Vá para o Marais, que é um dos pedaços mais descolados da cidade. O antigo bairro de imigrantes judeus, é o ponto de encontro do público GLS. Abriga artistas, intelectuais, modernos, etc. O bom é que o comércio fica aberto e é uma delícia poder passear e fazer compras.
Place Des Voges
De manhã, aproveite o sol na Place Des Voges. Ela é considerada uma das mais belas do mundo. Tem uma simetria perfeita com 36 casas, nove de cada lado, de tijolo e pedra com telhados de ardósia cinza que permanecem intactas há mais de 400 anos. A praça foi palco de muito eventos históricos ao longo dos séculos.
O escritor, poeta, romancista e dramaturgo francês Victor Hugo viveu lá por 16 anos. Ali ele escreveu a maior parte de “Os Miseráveis”. Hoje, sua casa abriga um museu que exibe a reconstituição dos seus aposentos e mostra desenhos, livros e lembranças de sua vida. Em baixo das casas, concentra-se alguns restaurantes, galerias de arte, lojas de souvenirs e uma perfumaria incrível. A Parfums et Senteurs Du Pays Basque. Nós tivemos a oportunidade de conhecer o perfumista e proprietário. A loja é cheia de encanto e cheia de aromas.
Museu Carnavalet
Almoce ali mesmo em um restaurante na praça. E à tarde vá alimentar a alma no Museu Carnavalet. Este museu é dedicado à história de Paris. O acervo conta com quadros, gravuras e esculturas de artistas famosos que mostram a construção da cidade. O prédio do museu foi o Hotel Carnavalet, que foi construído em 1548. Foi reformado em meados do séc. XVII. Depois saia a passear pelas ruas e aproveite para comer um falafel.
Na frente do “L’as du Fallafel” – Rue des Rosiers, 34 (tem a fama de ser o melhor falafel de Paris e já foi descrito no NY Times como um destino culinário imperdível) ). Tenha paciência porque a fila é enorme. Pra quem não sabe “falafels” são pequenas bolinhas fritas feitas à base de grão de bico e favas, é uma comida vegetariana.
Lojas
As ruas Rosiers, des Francs Bourgeois e du Prince de Sicile são as que mais bombam. A Zadig & Voltaire é a marca preferida das adolescentes e jovens. Tem aquele estilo básico, mas com corte perfeito, mas não é nada barata. A Uniqlo, marca japonesa, tem uma loja incrível lá. A marca faz roupas básicas. Os carros-chefe são os suéteres, os cardigans de caschmere e os “doudones” (aqueles casacos de matelassê bem quentinhos e levinhos) que são super baratos.
Tem também uma loja da Birkenstock, na Rua de Sévigne. E uma loja da Repetto. Aquela marca de sapatilhas famosas que eram as preferidas de Brigitte Bardot. Duas marcas descoladas são a Sandro e a Maje, vale à pena conhecê-las.
Além de muitas lojas contemporâneas e boutiques vintage, no Marais se concentra muita culinária oriental.
PASSEAR DE SEGWAY
É ótimo explorar pontos turísticos de “segway”. Pra quem não conhece o “segway” é um dicíclo inventado por Dean Kamen. Funciona a partir do equilíbrio da pessoa e foi inicialmente criado para portadores de deficiência visual.
Quando fizemos o passeio, nosso grupo era formado por minha filha e eu , mais um casal de mexicanos e um australiano. A guia era parisiense e a medida que íamos “voando as tranças” em cima do segway, ela ía nos explicando tudo. Paris é uma ótima cidade para este tipo de turismo. É uma cidade plana e tem muitas áreas verdes e livres. Claro que tivemos que atravessar muitas ruas e pontes, mas com os sinais tudo funcionou muito bem.
Percurso
Você passa pelos Jardins das Tulherias que se estende até a Praça de La Concorde e tem o Louvre do outro lado. Depois percorre tudo na área dos Invalides Passa pela Escola Militar, o Dôme que tem a cúpula toda em ouro. Na cripta está o Túmulo de Napoleão.
A Dôme levou 27 anos para ser feita e é, sem dúvida, um dos melhores exemplos da arquitetura francesa do século XVII. Passa também pelo Parc Du Champs de Mars que são os jardins que se estendem da Torre Eiffel até a Escola Militar. Cruza o Sena pela ponte Alexander III. A ponte é considerada a mais bela de Paris. Com sua decoração em art noveau, com anjos-querubins, ninfas e cavalos alados nos dois lados extremos. Ela foi construída entre 1896 e 1900. Seu nome é em homenagem ao czar Alexander III. A construção da ponte é um fenômeno de engenharia do século XIX.
Outra ponte também curiosa é a Ponte Des Arts, repleta de cadeados dos casais apaixonados que ali selam seu amor. A ponte já está comprometida pelo peso dos cadeados. A prefeitura de Paris tem feito um apelo para que os casais, em vez de colocarem cadeados, façam “selfies” para recordação.
O passeio é maravilhoso, a sensação de liberdade é incrível. Recomendo pra qualquer viagem. Mas lembre-se, é preciso que as cidades sejam planas. Eu já fiz este mesmo passeio em Florença e também foi muito divertido.
Museu D’Orsay
Um dos meus museus preferidos. Ele reúne obras produzidas no período entre 1848 e 1914. Tais como pinturas, fotografias e esculturas feitas por artistas impressionistas e expressionistas como Claude Monet, Pierre Renoir, Manet, Degas, Van Gogh, Matisse, Cézanne, Gaughin, entre outros.
Os destaques nas pinturas são o maravilhoso quadro de Renoir “O Baile no Moulin de La Galette”, de 1876. Este quadro é considerado uma das maiores obras impressionistas de todos os tempos. Para pintar este quadro, conta-se que Renoir convenceu vários de seus amigos a irem ao jardim na Butte Montmartre, (bairro da boemia francesa, dos artistas e intelectuais na época) para poder retratá-los dançando. A dança era um acontecimento naquele local.
Outro quadro de destaque é o fantástico “A Noite Estrelada Sobre o Ródano” (1888) de Van Gogh. A tela é mágica, ela fascina nossos olhos. E por instantes se tem a mágica sensação de estar dentro da tela sentindo a brisa sob aquele céu estrelado e apreciando o Ródano.
O D ‘Orsay é um dos museus mais lindos que já conheci. O prédio impressiona pela beleza externa e interna, e antes de servir como museu, foi uma estação ferroviária.
INFORMAÇÕES D’ORSAY
Horário Funcionamento: Abre diariamente das 9:30 às 18hrs. Às quintas-feiras fecha as 21:45
Preço: Adultos 9 euros; jovens com menos de 18 anos não pagam se mostrarem a carteira estudantil. Grátis no primeiro domingo de cada mês.
Endereço: Rue de Lilli, 62
www.musee-orsay.fr/
Montmartre
A tardinha faça um passeio pelo Montmartre. É um bairro onde a arte está presente em cada esquina. Suba a escadaria que leva à Basílica de Sacré Couer (Basilica do Sagrado Coração) que fica incrustrada no topo do Butte Montmartre. A igreja é linda. Sua obra começou em 1875. A conclusão se deu em 1914, mas a sua consagração foi adiada até 1919, em virtude da Primeira Guerra Mundial quando a França se saiu vitoriosa.
Faça suas orações, e depois vá até a Place du Tertre. É uma praça pitoresca e é o ponto mais alto de Paris, a 130 metros de altura. A vista da cidade lá de cima à noite é feérica de tão linda. Nesta praça, os artistas vendem suas obras, fazem pinturas “in loco” em crayon de retratos dos turistas . Eu fiz o meu a primeira vez que fui a Paris e minha filha também já tinha feito o dela. Uns fazem caricaturas e todas as paisagens e cenas de Paris estão ali nos quadros de todos os tamanhos para serem vendidas. Há também alguns restaurantes, mas como é um local muito turístico não os acho bom e nem são baratos.
Catedral de Notre Dame
É uma obra-prima do estilo gótico que é visitada anualmente por milhões de turistas do mundo inteiro.
A Notre Dame, ergue-se majestosa na Ile de La Citê, berço da cidade. As origens de Paris estão nesta ilha em forma de barco sobre o Sena. É o lugar mais antigo de Paris. A Notre Dame foi erguida sobre um antigo templo romano. Quando finalmente foi concluída, em 1330, tinha 130 metros de comprimento. A entrada principal apresenta três grandes portais, esculturas, uma rosácea central e uma galeria ornamentada. A galeria dos Reis mostra 28 reis de Judá contemplando a multidão embaixo.
No interior da catedral não dá pra ficar indiferente à alta abóbada de sua nave central. Obras de grandes escultores adornam os corredores laterais. Neste cenário majestojo, reis e imperadores foram coroados e abençoados.
Notre Dame também foi palco de violência. Ela foi saqueada pelos revolucionários que aboliram a religião e a transformaram primeiro em templo ao culto da razão e, depois, em depósito de vinho. Napoleão restaurou a religião em 1804. Os edifícios foram recuperados, as estátuas perdidas foram recolocadas e as gárgulas foram refeitas. Na torre norte há 387 degraus que se sobe para o topo e levam às famosas gárgulas e de lá se pode ter uma vista maginífica de Paris.
Após visitar a Notre Dame, cruze a ponte e caminhe pela margem do Sena. Aprecie os vendedores ambulantes. Ele vendem cartões-postais vintage, capas de revistas de décadas passadas, desde os anos 30. Quadros em aquarela de toda a cidade, enfim, um mosaico de arte encantador.
QUARTIER LATIN
Atravesse o Boulevard Saint-Michel e chegue ao bairro Quartier Latin. Tem o Sena de um lado e os Jardins de Luxembourg do outro. É um bairro repleto de livrarias e cafés, porque há muitas escolas bem prestigiadas ao redor. Há muitas ruazinhas de pedras bem estreitas com muitos restaurantes orientais, boutiques, cinemas e teatros.
Sorbonne
No Quartier Latin também fica a renomada Sorbonne. É a sede da Universidade de Paris. Foi fundada em 1253 por Robert de Bourbon, para que dezesseis jovens pobres pudessem estudar teologia. Ele era o confessor de Luis IX. Durante a revolução Francesa ela foi fechada por sua filosofia liberal e Napoleão a reabriu em 1806.
Passeie pelas muitas ruazinhas. Veja as lojas e o movimento do dia. Depois ande em direção ao bairro Luxembourg. É um lugar super charmoso e mais tranquilo, onde muitos parisienses sonham em morar, porque fica situado entre o Quartier Latin e muito próximo de St. Germain de Prés.
JARDIM DE LUXEMBOURG
O Jardim de Luxembourg, é o parque mais popular de Paris. Foi inteiramente aberto ao público no século XIX. O proprietário que era um conde permitiu que a população em troca de uma pequena taxa entrasse e consumisse as frutas do pomar. Os jardins, palácio e casas foram preservados e atraem muitos turistas. Há um lindo lago com miniaturas de barcos a vela e muitas estátuas de rainhas da França. E também tem uma imagem de Sainte Genevieve, padroeira de Paris.
GIVERNY
Aproveite que está em Paris e vá até Giverny. Fica na região da Normandia, Visite a casa do pintor impressionista Claude Monet (1840-1926). Faça uma visita guiada. Nós fomos no conforto de um van com duas moças indianas e mais uma senhora brasileira. O percurso demora uma hora, pois de Paris até lá, são 75 km. É o passeio perfeito pra se fazer durante uma tarde. A casa é incrível e o lugar mais ainda. É emocionante poder ver ao vivo tudo aquilo que este gênio da pintura tornou rea.l Monet viveu com sua família em Giverny por 43 anos, entre 1883 a 1926.
Jardins
A gente consegue ter uma ideia bem clara de que além de pintor, Monet foi um grande jardineiro. Ele conseguiu fazer e dar vida a um jardim cheio de perspectivas, simetrias e muitas cores. Quando se instalou em Giverny com sua família, ele começou a colecionar livros de flores e plantas. Investia muito dinheiro e fazia muitas trocas de informações com seus amigos sobre botânica. Há duas partes nos jardins. A primeira é um jardim de flores, chamado de “Clos Normand” em frente à casa. A segunda é um jardim de água japonês. O jardim de flores têm diferentes alturas e possui árvores frutíferas e árvores ornamentais.
Monet misturou as flores mais simples com as flores mais raras. No jardim de água tem a famosa ponte japonesa coberta com glicínias. Há outras pontes menores sobre as águas com as nynpheias que florescem durante o verão. Monet encontrou sua inspiração neste jardim de águas por mais de 20 anos.
Para se chegar ao jardim de água, é necessário passar por uma passagem subterrânea. Na época de Monet era necessário atravessar a estrada de ferro. Eu fiquei encantada. Pude ter o privilégio de estar no local onde um gênio mundial da pintura viveu. Ele se inspirou para dar ao mundo o legado de sua obra. Recomendo muito a todas as pessoas que vão a Paris, dar uma fugida rápida e se encantar nos jardins de Monet.
Informações Úteis
Endereço: 84, Rue Claude Monet Giverny
Ingresso: 9.50 Euros para adultos, 5 euros para crianças a partir de 7 anos e estudantes. Crianças menores de 7 anos não pagam.
Datas e horários: 1o de Abril a 1o de Novembro de 2014 de 9:30 as 18:00h.
Website: http://giverny.org
Imagens: arquivo pessoal
Pessoal espero que estas minhas dicas sobre Paris sejam úteis, pelo menos para aquelas que ainda não foram à cidade.
Quem já foi à Paris o que mais gosta da cidade?
Super beijo!